deep inside me
«the more i grow the less i know»
Tuesday, February 11, 2020
Subi ao cume da montanha e conheci-me
Hoje sinto-me!
Monday, June 27, 2016
a nossa história - parte 2
Mas mais importante és tu e o nosso jogo das cadeiras. O nosso braço de ferro em stand-by porque cada um fazia força para o seu lado.
Já nos conhecemos há muito tempo. No tempo em que ainda nenhum de nós sabia bem o que era (se é que agora já sabemos…) passávamos algum tempo juntos. Não tinha grande tempo para programar o que fazer e o que dizer, era quase obrigatoriamente espontânea, e dedicava o mínimo de tempo a pensar na minha imagem. Contigo fui o mais simples possível (...) . Vias-me conforme eu estivesse, não tinha desculpas nem como me escapulir, viste-me sempre assim como o dia me fazia. Como eu já disse, nunca fui de fantasiar coisas, mas sentia-me bem contigo e achava que tu sentias o mesmo. Riamo-nos muito juntos e lembro-me que adorava ouvir-te falar, ficava fascinada com o teu espírito crítico e com as coisas que sabias, com a tua intensidade quando discutias alguma coisa, e admirava muito isso em ti, até porque eu tinha a intensidade mas faltavam-me os argumentos e o conhecimento dos assuntos. Um dia começaram-me a dizer que eu era a tua princesinha, que se via nos teus olhos que gostavas muito de mim e que devíamos ficar juntos. E depois começaste tu a chamar-me a tua princesa, e a brincar comigo por isso. Comecei a sentir o coração mais quente e não conseguia evitar a maneira como te olhava; sentia os olhos a brilhar mas não tinha a certeza se conseguias ver.
Até que (...) tudo começou a ser diferente, já não via o teu sorriso e sentia falta das coisas que dizias e de como me tratavas. Às vezes falávamos mas não tantas vezes assim, mas quem te conhecia dizia que ainda era a tua princesinha. (...)
Só agora ao escrever a nossa história é que me apercebi que realmente és muito importante para mim e que gosto de ti de uma maneira especial e que nunca deixei de gostar. É claro que, ao longo destes 3 anos, tive muitas e outras histórias pelo meio, e tive momentos em que tu não estavas tão presente em mim – e que pura e simplesmente passavas ao lado, mas o que te distingue dessas outras histórias é que a tua tem um fio condutor e que passa por cima de todos esses obstáculos ocasionais sem se deteriorar. Como eu gostei sempre de imaginar, tínhamos um amor platónico, no qual da tua parte era mais a minha imaginação que outra coisa, era assim que eu tinha noção.
Ao longo deste último ano o nosso contacto já era quase nada, houve realmente a altura da queima em que falámos a semana inteira e nas semanas seguintes também, mas nada de muito concreto ou comprometedor. Falamos como sempre falámos, descontraídos e simultaneamente misteriosos, e pusemos a conversa em dia. No fim do Verão voltámo-nos a ver num festival, um encontro imprevisível que se desenrolou de forma mais imprevisível ainda. Não me lembro como cruzámos as conversas e entrelaçámos as respostas mas o que é certo é que me apercebi que tudo aquilo que eu tinha imaginado um dia, era verdade. Eu era um bocadinho mais do que a tua simples princesa e os olhares eram um bocadinho mais do que desafios. Sempre viste para além daquilo que mostrava e sem eu fazer um único esforço, tu gostaste, algo que eu nunca entendi porque nunca sequer me expus a tanto para tirar conclusões dessas. Vês-me como eu sei que sou exactamente, apesar de ter uma carapaça dura tenho um coração mole e apesar de emanar festa não é isso que me define.
E ficámos à volta de 4 horas numa conversa sem sentido nem rumo, eu chorava sem te entender, tu ficaste aflito e eu ainda mais porque nunca chorei em frente a um rapaz (ainda por cima também por ele mesmo), e lembro-me que fizeste de tudo para que eu me sentisse bem. Seguiste a tua vida e isso está certo (só não sei é quando é que isso aconteceu, nem tu me avisaste) e eu fiquei aqui suspensa (não à tua espera), mas só depois de não haver hipótese entre os dois é que sabemos que poderia ter havido. Foi difícil assimilar isso, ainda por cima estava já numa fase em baixo devido à tal pessoa que me marcou e a outros factores, por isso ainda mais difícil se tornou. Uma noite que podia ter sido tão divertida foi tão dramática. Mas o que é certo é que foi marcante. E por mais confuso que tenha sido, hoje sei que foi bom saber o que soube. A partir daí mantivemos um maior contacto, a conversa fez-nos perceber que apesar de tudo éramos amigos e não queríamos perder isso.
Á cerca de dois meses voltei a encontrar-te. Começámos uma conversa casual, com os mesmos temas de sempre, a mesma intimidade que nos caracteriza, sem tocarmos no ‘nosso’ assunto. Eu sei que tens namorada – e era o que te dizia. Daí surgiu pano para mangas para desenvolvermos a conversa que já tínhamos tido. Afinal não é só assim que me vês, já é de uma forma mais especial à que eu sabia, e sempre fui importante para ti. Esta segunda conversa foi igualmente grande, eu disse-te: tu tens muito jeito para enrolar e continuar a falar mas agora nada adianta, já é assim não podemos fazer nada para mudar, tenho pena que assim seja porque podíamos ter outro destino. Tu concordas e dizes que vais fazer uma coisa que sempre quiseste mas não podias fazer… e dás-me um beijo. Fiquei tão petrificada que não soube o que dizer. Fiz uma cara de espanto e de desorientada e sem me aperceber soltei uma lágrima. Dizes-me logo que não, não foi esse o teu objectivo, mas então o que estamos a fazer?isto não leva a lado nenhum! Incrível como foi sempre um desejo secreto meu, d’antes imaginava que me desses um beijo mas no íntimo soube sempre que era irrealizável – e não o foi, só não foi realizado como idealizado e como deveria ter sido. Dizes-me que não te arrependes, eu também não, mas não mudou nada nem esclareceu nada, já sabia que iríamos encaixar de forma linda e rara, e que meio minuto assim contigo já me sentiria nas nuvens, foi um momento que me faz querer mais e que serviu para acrescentar à nossa história. Depois dessa noite passaste a falar-me quase todas as semanas, acho que querias ter a certeza que eu não me esquecia que gostavas muito de mim e que querias saber de mim, mas que não poderia ser de outra forma senão aquela.
E agora quando te encontrei outra vez, sinto que temos uma ligação tão forte! A maneira como me falas e como me tocas, sempre carinhoso e preocupado, sobretudo protector. Sei que me tens um carinho especial e adoro quando o mostras, adoro estar contigo e falar contigo, adoro quando me contas os teus planos de vida e os teus sonhos, já sabes que te apoio, e tudo porque te acho verdadeiramente capaz de fazeres o que quiseres com a tua vida, porque te vejo como uma pessoa que luta por aquilo que quer e que além de tudo se interessa por coisas importantes. És uma pessoa que me inspira e só de estar contigo já fico bem disposta, és tão especial e ao mesmo tempo tão simples, tão mundano. Deixo para segundo plano o facto de ter aquele especial interesse em ti porque gosto quando me rodeias, e não quero deixar de estar contigo por nada. Sei que não te amo mas o que sinto por ti é a coisa mais pura que já senti por alguém, porque criei uma ligação fortíssima e tive um único e simples contacto físico contigo (ainda por cima no final de tudo isto, o que contraria o que sempre me aconteceu, pois o físico era precisamente a base das relações que tinha antes) e porque quando penso em ti penso sempre em como me fazes sentir.
Contigo apercebo-me o que pode ser o amor, e acredito que se fosse a nossa altura, de estarmos juntos, eu iria finalmente saber o que ele é. Mas por agora deixo de lado esta nossa parte amorosa e concentro-me na nossa amizade. Delicio-me com a possibilidade de deixar esta história em aberto, e, quem sabe, mais tarde completá-la.
Tuesday, October 21, 2014
a nossa história - parte 1
É fora do comum como é que passado tanto tempo do que se passou entre nós eu ainda não escrevi nada. Eu acho que é porque não sei o que pensar sequer; se já pensei e não tirei nenhuma conclusão ou se ainda nem pensei porque acho melhor assim.
A verdade é que sempre fomos o jogo das cadeiras. A música tocava e estávamos nós a volta do óbvio, quando a música parava tentávamo-nos sentar, sempre separados, em locais diferentes. Não sabia ao certo se a música era a mesma para os dois ou até se parava ao mesmo segundo, mas gostava de imaginar que sim.
As raparigas têm muitas fantasias e imaginam sempre significados ocultos naquilo que mais simples e objectivo não poderia ser. Eu por acaso sempre fui das que menos sonhava com grandes paixões, nunca via muita utilidade para isso nem queria perder tempo de diversão para me dedicar a problemas amorosos. Por isso sempre tive uma tendência para ser mais objectiva no que toca a flirts, mais directa também, o que me fazia perder menos tempo, e ao mesmo tempo ser menos afectiva.
Ainda não percebi porque é que sempre que tive ‘relações’ não me entreguei de coração, pois nunca tive problemas no que toca ao elemento físico que cria a faísca nas paixões, mas chegava ao momento de eu realmente sentir alguma coisa e sentia umas saudades que doíam (não vou mentir), sentia-me triste e sozinha e principalmente carente. Mas vim aprendendo ao longo do tempo que isso de nada representa o amor, eram situações que se resolviam com um novo interesse ou troca de mensagens, um novo conhecimento ou um caso fugaz, enquanto que um amor dura a curar. Nunca me cheguei a afeiçoar a ninguém verdadeiramente; nunca deixei de ser carinhosa porque naturalmente o sou, mas não por razões de genuíno interesse noutra pessoa, apenas por me sentir bem na companhia dela. Sempre compreendi o amor e sempre gostei de o utilizar para embelezar os meus escritos mas o que sabia dele era em abstracto e nunca o senti na pele, palpitando nas minhas veias. Posso imaginar como se sente quem é vítima dele mas na realidade não o conheço. Conheço o amor, na minha experiência pessoal, na sua vertente de amizade, e aí conheci um verdadeiro sofrimento e interesse pelas pessoas, um medo de as perder, um instinto protector e por vezes até maternal, e conheci a entrega de mim mesma, sem medo de ser quem sou com todas as componentes subliminares e subjectivas que me constroem. Mas em relação a um rapaz com quem me partilhava, a partilha terminava no campo visual: aquilo que sou, aquilo que me compõe, o que transmito ser e o que aparento. Nunca fiz questão de contar os meus sonhos e os meus projectos íntimos, os meus textos e os meus pensamentos mais pessoais, o meu lado que se esconde por detrás daquele meu que mais alicia e mais sobressai, o meu lado estúpido e brincalhão, o meu lado divertido.
E com o passar do tempo esse abismo entre os meus dois lados tendeu a crescer, com quem tinha alguma coisa (mesmo não sendo substancial), ficava-me a conhecer tal e qual como eu me apresento e, dessa forma, objectiva, talvez provocadora, despreocupada, divertida e não propriamente sentimental.Thursday, November 03, 2011
Carta a Fernando
Auto-biografia
Friday, June 17, 2011
Balanço espiritual
Não vives, porque tentas mais recortar os sentimentos e torná-los perfeitos do que desfrutar o momento. Não procures a perfeição mas alicia-te com o precipício das sensações e lança-te à vida sem ideias pré concebidas.
Interessa-te por pessoas e não te agarres à tua beleza nem ao teu umbigo, faz por agradar os outros e torna o teu dia lindo pela simples apreciação de sorrisos. Sorri e faz sorrir, descobre outros mundos e até mesmo o teu, desfaz-te do corpo e eleva o espírito e a mente. É tão triste ser-se tão objectivo e centrar todas as atenções em tudo o que envolve a aparência, devemos todos ser subjectivos e entender o que vemos como uma simples presença física que nos faz companhia em viagens espirituais e diálogos diversificados.
Interessa-te por algo que tenha uma meta ou pelo menos um caminho traçado, pois tudo o que agrada à visão é momentâneo e só algo que envolva movimentos mentais é que causa uma verdadeira dependência e encanto.
***
Às vezes sinto vontade de ser um mero conjunto de partículas, um qualquer aglomerado sem traços físicos que me sublinhem e me contornem. Assim tudo o que em mim transparecia é tudo o que eu sou por dentro e todas as pessoas diferentes de mim mas que em mim coabitam, e que me compõem. Poder ser um sorriso sem ter que mexer os lábios ou brilhar a todo o momento com o meu simples recheio. Devíamos ser todos indistintos e marcar a diferença pelas paixões e interesses que temos e nunca pelo rótulo que nos dão.
O meu corpo é a prisão da mente, as amarras que não a deixam ser livre, e o travão de toda a minha fogosidade, intensidade e interioridade.
Friday, October 08, 2010
Sunday, June 13, 2010
Meaning of life
Que me importa o formato ou a cor das criaturas?
Quero impregná-las de sensações fantásticas e de pensamentos distintos, quero emocionar-me com as interacções entre elas e vê-las qual teatro à minha frente, e com tal vivacidade que esse mundo que saiu volte a invadir-me o espírito e a baloiçar tudo cá dentro!
Mais que tudo, quero realmente que esse mundo seja o futuro. E não me importo que não seja o meu futuro, se for o de alguém!
Quero que o futuro possua vidas cheias, e não apenas simulações mecânicas e pré-fabricadas. Quero sentimentos em forma de flores e até notas musicais a rodopiarem à minha volta, corações a apertarem-me e a encherem-me de calor e frio, dúvidas e certezas!
Quero sonhos, e que os sonhos sejam as vidas, e que os sonhos e ambições não sejam palpáveis!
(...)
Devaneios
Ao longe e mal, mas vejo o escorregar relutante da àgua da cascata. O rumo já traçado puxa-a e obriga-a. Toda a imagem me tranquiliza e quero vive-la até não-mais. Estas carícias que a minha mãe natureza me dá fazem-me sentir no topo da cascata.
Num alucinar, caio de chapa ao rio que me toma como dele, corro pela floresta que me é a melhor cidade de todas.