" Tudo o que faço ou medito
fica sempre pela metade ",
elevo o espírito e a vontade,
mas o labirinto é infinito.
O desejo é utópico,
e a escada cansa,
a luta continua
e a vida avança.
O corpo progride, a alma estagna,
nem com trabalho e esforço
alcançamos o inalcansável.
O que tenho não gosto,
o que tenho é o palpável.
Não há transposição para o real.
Imagino, crio,
e tudo se esvaece por entre os dedos, por entre o sal
das minhas lágrimas que formam um rio.
Sonho, penso,
um universo denso
transforma-se em átomo desconhecido,
um nada, sem nexo, sem sentido,
quando o exponho, na verdade.
"Tudo o que faço ou medito,
fica sempre pela metade,
querendo, quero o infinito,
fazendo, nada é verdade."